Sinais de Deus - Evangelho Marcos 8,11-13

Evangelho (Marcos 8,11-13)

8 11 Vieram os fariseus e puseram-se a disputar com Jesus e pediram-lhe um sinal do céu, para pô-lo à prova.
12 Jesus, porém, suspirando no seu coração, disse: “Por que pede esta geração um sinal? Em verdade vos digo: jamais lhe será dado um sinal”.
13 Deixou-os e seguiu de barca para a outra margem. 

Reflexão:

Começo minha reflexão com uma frase conhecida e muitas vezes citada em todo o mundo, do livro O Pequeno Príncipe de Exupéry: “Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos”.

O sinal, o grande sinal de Deus, que Cristo veio nos ensinar é o amor: “Amai-vos uns aos outros, como Eu vos amei.”

Sim, é preciso ver com o coração para poder amar. O amor não se compra em lojas, não se pode apalpá-lo, por isso é invisível aos olhos, no entanto um coração sensível à dor do outro a ponto de mover-se pelo outro pode vivê-lo concretamente. E aí o “sinal” se faz perceptível, real. Só quem vive o verdadeiro amor é capaz de perceber os sinais de Deus até nas pequenas coisas.

O amor verdadeiro é um ”doar-se” constantemente sem esperar por retribuição. Este é o SINAL de Deus: o AMOR, como uma fonte que jorra sem cessar, um amor que não se cansa, um amor de natureza humilde, sendo ELE infinitamente poderoso, escolheu viver com os homens, morrer pelo homem. Veio ensinar o homem a amar, ensiná-lo o caminho, o único caminho que leva à felicidade.

Observe a seguir trecho citado por Jesus na sequência do Evangelho de hoje (Marcos 8, 14-21):

14.Aconteceu que eles haviam esquecido de levar pães consigo. Na barca havia um único pão.

15.Jesus advertiu-os: Abri os olhos e acautelai-vos do fermento dos fariseus e do fermento de Herodes!

16.E eles comentavam entre si que era por não terem pão.

17.Jesus percebeu-o e disse-lhes: Por que discutis por não terdes pão? Ainda não tendes refletido nem compreendido? Tendes, pois, o coração insensível?

18.Tendo olhos, não vedes? E tendo ouvidos, não ouvis? Não vos lembrais mais?

19.Ao partir eu os cinco pães entre os cinco mil, quantos cestos recolhestes cheios de pedaços? Responderam-lhe: Doze.

20.E quando eu parti os sete pães entre os quatro mil homens, quantos cestos de pedaços levantastes? Sete, responderam-lhe.

21.Jesus disse-lhes: Como é que ainda não entendeis?...

Como vê, o que os olhos vêem e os ouvidos ouvem, pode sofrer a influência do meio e também exigir sinais de milagres e prodígios para se crer, quando não se vive uma fé madura. E nem precisa ser fariseu para não entender os sinais de Cristo. Entre nós, Cristãos de carteirinha, podemos até participar da comunhão do “Pão Vivo”, que é o corpo espiritual de Cristo e não vivermos em comunhão com Ele. Mesmo estando presente nos eventos em que Ele se faz presente não percebermos os sinais de Sua Presença. Entender os sinais de Cristo não é mesmo compreensível  a todos, principalmente àqueles cristãos que seguem por seguir, para pertencer a uma religião. Não basta somente dizer que é cristão, é preciso amar a Cristo, Amar a Deus acima de tudo e dar a vida, isto é, viver a vida por este amor.

Agora observe o texto do apóstolo Tiago 1,5-11:

"Se alguém de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus - que a todos dá liberalmente, com simplicidade e sem recriminação - e ser-lhe-á dada. Mas peça-a com fé, sem nenhuma vacilação, porque o homem que vacila assemelha-se à onda do mar, levantada pelo vento e agitada de um lado para o outro. Não pense, portanto, tal homem que alcançará alguma coisa do Senhor..."

Uma coisa é certa, milagre pressupõe fé e quando a pessoa é refratária e preconceituosa ou mesmo tenha dúvidas em seu coração, não é capaz de ver o que não quer ver, ou duvide, e aí, mesmo um milagre estupendo não a sensibilizará a e a fará crer.