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quinta-feira, 26 de maio de 2016

O CORPO DE CRISTO









“O cálice de bênção que abençoamos não é comunhão com o sangue de Cristo?
O pão que partimos não é comunhão com o corpo de Cristo”? (1Cor 10,16).


A celebração do Corpo de Cristo é o reconhecimento de uma Presença, a real presença de Cristo Jesus nas espécies eucarísticas do pão e do vinho consagrados. Sim, nelas o Cristo morto e ressuscitado encontra-se tão verdadeiramente presente! Ali já não há mais pão, não há mais vinho, mas o Senhor Jesus, Cordeiro glorioso e imolado, no seu estado de eterna imolação por nós.
Comungar o Corpo de Cristo e o Seu sangue é penetrar no mistério de Sua presença dignificante absorver em nós Seus sentimentos... comungar Seus sentimentos (Fl 2,5), é fazer nossas as suas opções, convertendo nossa vida em doação ao Pai e aos irmãos, partilhando nossa vida.

Ao comungar o Cristo Eucarístico, a pessoa de Cristo se torna real e verdadeiramente como está no céu e a Trindade Santa passa a fazer parte do cotidiano da pessoa, sendo o alimento espiritual que faz emergir a disposição a partilhar. Por isto é contraditório receber Jesus eucarístico e permanecer fechado no próprio egoísmo, insensível às necessidades das outras pessoas.

A festa da partilha eucarística deve ser prenúncio da festa da partilha no mundo.



Meditemos dez frutos ou benefícios da Comunhão do Corpo de Cristo:
1.  "Quem come minha carne e bebe meu sangue permanece em mim e eu nele" (João, 6, 56). Este é o primeiro e melhor fruto da comunhão sacramental: identificar-se plenamente com Nosso Senhor Jesus Cristo, unir-se intimamente com Ele, ideal supremo do cristão.
2.   Sendo a Eucaristia o alimento específico da vida sobrenatural, precisamos nutrir-nos dela para perseverar e crescer nessa vida. Do contrário, a vida se desaparecerá e tenderá a morrer.... Sem comida material, o corpo declina e morre; sem o alimento celestial a alma não vive sua filiação divina e se torna sem beleza, apagada.
3.   A comunhão recebida dignamente aparta do pecado e dá forças. Cristo entregou seu corpo e derramou seu sangue precisamente "para o perdão dos pecados", segundo reza a fórmula da consagração.
4.    O efeito da comunhão vai ainda mais além: apaga os pecados veniais (pensemos que se a água benta já os apaga quanto mais o Corpo de Cristo!), e é um antídoto contra o pecado mortal, preservando-nos de cometê-lo.
5.    O amor, como virtude teologal infundida no batismo, é reavivado e feito fecundo com o alimento eucarístico que é, ainda, remédio. A comunhão exercita e faz operante a rainha das virtudes (a caridade) e todas as demais.
6.    A comunhão que nos une a Cristo, também nos incorpora plenamente ao corpo místico de Cristo que é a Igreja. “Para que todos sejam um, assim como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, para que também eles estejam em nós e o mundo creia que tu me enviaste. Dei-lhes a glória que me deste, para que de tal maneira sejam um, como nós somos um: eu neles e tu em mim, para que sejam perfeitos na unidade e o mundo reconheça que me enviaste e os amaste, como amaste a mim” (João 17, 21-22.). "A Igreja vive da Eucaristia", é o título da encíclica eucarística de São João Paulo II.
7.    O pão eucarístico se parte, reparte e se comparte. E nestes gestos, os beneficiados são os pobres, os que o são de espírito e os carentes. Não é esse o significado do lavatório dos pés que precedeu à instituição da Eucaristia no Cenáculo? A comunhão nos impulsiona a ser serviçais com os mais necessitados, e também nos impulsiona a partilhar o que temos.
8.   Que "todos sejam um" (João 17, 21) disse Jesus. Pelo vínculo com os demais na verdade e no amor fraterno se chega à unidade tão anelada. Enquanto os cristãos que não são católicos (que não vivem portanto, a unidade e o amor pleno) não se unam entre si e com os católicos romanos, o desejo de Jesus seguirá pendente. Por isso é preciso oferecer comunhões, rezar e trabalhar para que todos os cristãos, possam celebrar sem divisão o único banquete. “Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos” (João 6,53).
9.    Mas para estar unidos, antes temos que reconciliar-nos. E como não se podem mesclar ecleticamente o mal e o bem, o mal deve reconhecer os direitos do bem e ceder diante dele. Temos que dissolver a discórdia, entrar em harmonia e estabelecer a paz. A comunhão é garantia e prenda da reconciliação, já que nos limpa do pecado, nos ajuda a crescer na graça e nos abre aos demais.
10. Por fim, a comunhão é semente de eternidade, de vida gloriosa. Já nos tempos apostólicos dizia Santo Inácio de Antioquia que o pão eucarístico é "fármaco de imortalidade e antídoto para não morrer". Este é um dos mais consoladores ensinamentos do Evangelho: "o que come minha carne e bebe meu sangue tem Vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia" (João 6, 54).
A vista destes benefícios, nada melhor que a assiduidade à comunhão sacramental: alimento, medicina e escudo protetor; pão do céu que, como diz a oração, tem um sabor incomparável. Entretanto, que não se descuide a confissão antes de aproximar-se da Sagrada Comunhão.

[Reflexão feita por Marcos Tadeu (Aparições de Jacareí), com algumas inclusões minhas]


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