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quarta-feira, 30 de maio de 2012

A Fonte e a Flor (Vicente de Carvalho)

Esta poesia é uma das mais lindas que conheço...
Me faz lembrar os meus tempos de criança, no colégio...



“Deixe-me, fonte” – dizia 
 A flor, tonta de terror, 
E a fonte, sonora e fria, 

Cantava, levando a flor. 



 






Deixe-me, deixe-me, fonte!”
Dizia a flor a chorar:
“Eu fui nascida no monte…
Não me leves para o mar.









E a fonte, rápida e fria, 
Com um sorriso zombador, 
Por sobre a areia corria, 
Corria levando a flor.








Ai, balanços do meu galho, 
Balanços do berço meu! 
Ai, claras gotas de orvalho 
Caídas do azul do céu!”
     




Chorava a flor, e gemia, 
Branca, branca de terror, 
E a fonte, sonora e fria
Rolava, levando a flor.



“Adeus, sombra das ramadas,
Cantigas do rouxinol!
Ai, festas das madrugadas
Doçuras do pôr do sol!



Carícias das brisas leves, 

Que abrem rasgões de luar
Fonte, fonte, não me leves,  . 
 Não me leves para o mar!…








As correntezas da vida 
E os restos do meu amor 
Resvalam numa descida 
Como a da fonte e da flor.

2 comentários:

  1. Lindissíma poesia! Foi a 1ª poesia que estudei

    à 42 anos. Nunca a esqueci! Fiquei muito feliz de

    conseguir encontrar. Obrigado!

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    Respostas
    1. Querida Tereza, obrigada por comentar. Esta poesia também marcou muito minha vida de criança. Por isso resolvi compartilhá-la com pessoas como você e eu que fomos marcados por ela, nas aulas de português do colegial.
      Temos em nosso blog postagens interessantes, principalmente para pessoas que querem levar a vida a sério.Abraços fraternos!
      Geovani
      mochileirosdobem.blogspot.com.b

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