O AMOR A JESUS É O PRINCÍPIO DE TUDO - Pregação de Padre Francisco

LITURGIA DE DOMINGO – DIA 10/02/2019

Primeira Leitura

Leitura do Livro do Profeta Isaías (Is 6,1-2a.3-8)

No ano da morte do rei Ozias, vi o Senhor sentado num trono de grande altura; o seu manto estendia-se pelo templo. Havia serafins de pé a seu lado; cada um tinha seis asas. Eles exclamavam uns para os outros: “Santo, santo, santo é o Senhor dos exércitos; toda a terra está repleta de sua glória”.

Ao clamor dessas vozes, começaram a tremer as portas em seus gonzos e o templo encheu-se de fumaça. Disse eu então: “Ai de mim, estou perdido! Sou apenas um homem de lábios impuros, mas eu vi com meus olhos o rei, o Senhor dos exércitos”.

Nisto, um dos serafins voou para mim, tendo na mão uma brasa, que retirara do altar com uma tenaz, e tocou minha boca, dizendo: “Assim que isto tocou teus lábios, desapareceu tua culpa, e teu pecado está perdoado”.

Ouvi a voz do Senhor que dizia: “Quem enviarei? Quem irá por nós?” Eu respondi: “Aqui estou! Envia-me”.

Segunda Leitura

Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios (1Cor 15,3-8.11)

Irmãos: O que vos transmiti, em primeiro lugar, foi aquilo que eu mesmo tinha recebido, a saber: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras; que foi sepultado; que, ao terceiro dia, ressuscitou, segundo as Escrituras; e que apareceu a Cefas e, depois, aos Doze.

Mais tarde, apareceu a mais de quinhentos irmãos, de uma vez. Destes, a maioria ainda vive e alguns já morreram. Depois, apareceu a Tiago e, depois, apareceu aos apóstolos todos juntos. Por último, apareceu também a mim, como a um abortivo. É isso, em resumo, o que eu e eles temos pregado e é isso o que crestes.

EVANGELHO DO DIA: Lucas 5,1-11

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.

Naquele tempo, Jesus estava na margem do lago de Genesaré, e a multidão apertava-se ao seu redor para ouvir a palavra de Deus.

Jesus viu duas barcas paradas na margem do lago. Os pescadores haviam desembarcado e lavavam as redes.

Subindo numa das barcas, que era de Simão, pediu que se afastasse um pouco da margem. Depois sentou-se e, da barca, ensinava as multidões.

Quando acabou de falar, disse a Simão: “Avança para águas mais profundas, e lançai vossas redes para a pesca”.

Simão respondeu: “Mestre, nós trabalhamos a noite inteira e nada pescamos. Mas, em atenção à tua palavra, vou lançar as redes”.

Assim fizeram, e apanharam tamanha quantidade de peixes que as redes se rompiam. Então fizeram sinal aos companheiros da outra barca, para que viessem ajudá-los. Eles vieram, e encheram as duas barcas, a ponto de quase afundarem.

Ao ver aquilo, Simão Pedro atirou-se aos pés de Jesus, dizendo: “Senhor, afasta-te de mim, porque sou um pecador!”

É que o espanto se apoderara de Simão e de todos os seus companheiros, por causa da pesca que acabavam de fazer.

Tiago e João, filhos de Zebedeu, que eram sócios de Simão, também ficaram espantados. Jesus, porém, disse a Simão: “Não tenhas medo! De hoje em diante tu serás pescador de homens”.

Então levaram as barcas para a margem, deixaram tudo e seguiram a Jesus.

DEUS QUIS PRECISAR DE NÓS

Assisti a uma pregação do Padre Francisco na Missa no Santuário de Nossa Senhora do Amor Divino em Correias, Petrópolis, da Liturgia desse Domingo (10/02/2019) que me tocou profundamente. E o que mais me tocou foi o testemunho de amor desse padre por Nosso Senhor Jesus Cristo.

Ele começa a pregação questionando aos presentes se nós precisamos de Jesus ou Jesus precisa de nós. E concorda que nós precisamos de Jesus, é claro Ele é nosso Redentor, nosso Salvador, mas Deus quis e quer precisar de nós, e nos chama. Então ele faz um resumo sobre a pessoa de Pedro, sobre a demonstração de amor desse apóstolo por Jesus e como foi escolhido para estar à frente de sua Igreja.

Começa narrando o encontro de André com o irmão Pedro. André e João foram os primeiros a encontrar Jesus. Foram os que ouviram João Batista dizer: “Eis o Cordeiro de Deus”! ... e foram até Jesus indagaram sobre onde o mestre morava no que Jesus respondeu: VINDE E VEDE, e passaram a tarde com o Mestre. O encontro com Jesus havia deixado João e André simplesmente maravilhados. E André foi procurar o irmão Pedro e disse-lhe: “Encontramos o Messias!”. E Pedro foi conduzido a Jesus, e o olhar a Pedro foi decisivo, e tocou profundo no coração de Pedro, e Jesus mudou o nome de Simão para Pedro: “Tu és Simão, filho de João. Tu te chamarás Cefas!” (que quer dizer Pedra, daí o nome Pedro) - João 1,42.

Sobre o tema que o Padre Francisco desenvolveu a sua meditação: DEUS QUIS PRECISAR DE NÓS, ele fala que: JESUS QUIS PRECISAR USAR A BARCA DE PEDRO para ensinar à multidão. E depois disse para que avançassem para as águas mais profundas. Porém, certamente cansado pelo trabalho infrutífero na noite anterior teve dúvidas, mas em obediência ao mestre avançou e a resposta foi uma pesca milagrosa, completamente contrária do que esperavam. E Pedro consciente se tratar de um milagre reconheceu estar verdadeiramente diante do Messias: “Senhor, afasta-te de mim, porque sou um pecador!”

E Jesus revela a missão de Pedro: “Não tenhas medo! De hoje em diante tu serás pescador de homens” ..., e lembrou que esta missão se estende a todos nós, cuja missão primordial é deixar tudo para seguir a Jesus (Então levaram as barcas para a margem, deixaram tudo e seguiram a Jesus). Seguir Jesus consiste em ser pescador de homens, ou seja conquistador de homens para amar Jesus e segui-Lo.

Na liturgia se compara Pedro ao profeta Isaías, da primeira leitura, a adesão dos escolhidos para serem representantes de Deus se dá no reconhecimento de sua condição de seu “nada” diante da grandeza de Deus que os chama para a missão: ISAIAS (“Ai de mim, estou perdido! Sou apenas um homem de lábios impuros, mas eu vi com meus olhos o rei, o Senhor dos exércitos”); PEDRO (“Senhor, afasta-te de mim, porque sou um pecador!”).

Em seguida ele narra a Profissão de Fé de Pedro, como uma demonstração de amor inquestionável a Jesus (Mc 8,27-30 - Mt 16, 13-20; Lc 9, 18-21)

“Quem dizem as pessoas ser o Filho do Homem?” E Pedro:  “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”.

Jesus se alegra com a resposta de Pedro e o proclama bem-aventurado: “Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu” (v. 17).

E o chamado incondicional de Jesus a Pedro:

“Por isso, eu te digo: tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e as forças do Inferno não poderão vencê-la.

Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus”.

É a partir desse chamado que começa a Igreja de Cristo, com um pequeno grupo de pessoas sobre a liderança de um homem rude, mas que amava Cristo em suas entranhas. E a continuidade dessa Igreja e perpetuação dessa Igreja depende da solidez da fé. Por isso, é necessário que essa fé seja forte como uma rocha, comparável a fé que Pedro tinha acabado de professar..., uma fé que fundamenta no AMOR A JESUS acima de tudo.

No diálogo do Pão da Vida, mais uma vez Pedro toma frente e declara o seu amor a Jesus, dessa vez Pedro fala em nome de todos, (João 6): “A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. Nós cremos firmemente e reconhecemos que tu és o Santo de Deus”. (João 6,68-69).

Na aparição às margens do Lago Tiberíades:

“Depois de comerem, Jesus perguntou a Simão Pedro: 
“Simão, filho de João, amas-Me mais do que estes?” Pedro respondeu: "Sim, Senhor, Tu sabes que Te amo". 

Jesus disse:
“Apascenta os meus cordeiros”. 

Jesus perguntou de novo a Pedro: 
“Simão, filho de João, tu amas-Me?” Pedro respondeu: "Sim, Senhor, Tu sabes que Te amo". 

Jesus disse: 
“Apascenta os meus cordeiros”. 

Pela terceira vez Jesus perguntou a Pedro: 
“Simão, filho de João, tu amas-Me?” Então Pedro ficou triste, porque Jesus perguntou três vezes se ele O amava. Disse a Jesus: “Senhor, Tu conheces tudo e sabes que Te amo”. Jesus disse: “Apascenta as minhas ovelhas”. (João 21, 15-17)

DEUS QUIS PRECISAR DE PEDRO. DEUS QUER PRECISAR DE CADA UM DE NÓS PARA COMUNICAR A SUA MENSAGEM DE AMOR A OUTROS. A SALVAÇÃO SE DÁ ASSIM PELO AMOR A JESUS, E PELA ADESÃO AO SEU PLANO DE REDENÇÃO. O QUE TE FAZ SEGUIR A JESUS É O AMOR A ELE, E ESSE AMOR ACONTECE ATRAVÉS DE PESSOAS QUE AMAM A JESUS PROFUNDAMENTE E QUE SÃO TESTEMUNHAS DESSE AMOR. QUEM VERDADEIRAMENTE AMA A JESUS OBEDECE À SUA PALAVRA, E SE SALVA.

O Pregador encerra a homilia narrando o próprio testemunho de fé que fez, como um garoto de 14 anos, um apaixonado por Cristo, a partir de um testemunho de um padre Chinês expulso da China quando Mao Tsé-Tung implantou o comunismo naquele país e obrigava os padres a dizerem publicamente a sua adesão ao sistema. Este padre levou consigo uma gilete e quando foi questionado sobre um palco, diante de todos, ele cortou a própria língua e jorrou sangue por todos os lados. Foi expulso e quando se apresentou no seminário onde o Padre Francisco começava os seus estudos, ele se deslumbrou com o testemunho desse padre chinês e na noite saiu silenciosamente do quarto onde compartilhava com outros tantos seminaristas, e bateu à porta daquele padre e lhe entregou todo o dinheiro que tinha consigo, conseguido com muita dificuldade pelos pais que o haviam dado. Ele não disse uma só palavra apenas entregou o pacotinho com o dinheiro àquele padre, que mal conseguia se expressar por ter a língua cortada, mas que havia lhe deixado tamanha impressão de amor a Jesus.

O AMOR A JESUS É O PRINCÍPIO DE TUDO

AME A JESUS. A FÉ É PROVADA COM O AMOR PROFUNDO A JESUS. DO CONTRÁRIO NÃO RESISTIRÁ AO SOFRIMENTO, À DIFICULDADE, NÃO RESISTIRÁ ÀS INVESTIDAS DO MUNDO QUE NOS CHAMA AO PECADO EM TODOS O NÍVEIS, E A NEGAR A CRISTO ESCOLHENDO AS FACILIDADES, O CONFORTO, AS MORDOMIAS, ENFIM TUDO QUE NOS COLOCAMOS A NÓS EM PRIMEIRO LUGAR, QUANDO O PRIMEIRO LUGAR É FAZER A VONTADE DE DEUS. CRISTO SIM, VIVEU A VONTADE DE DEUS ATÉ ÀS ÚLTIMAS CONSEQUÊNCIAS. ENTREGOU-SE POR AMOR À HUMANIDADE, PORQUE ESSA ERA A VONTADE DE DEUS PAI.

Se vivermos a experiência da fé profunda em Cristo, com as pratica das bem-aventuranças (Mt 5, 1-12) naturalmente praticaremos as obras de misericórdia ou arderá em nós o desejo de fazê-lo. As obras de misericórdia são 14 e sem as14 obras de, a nossa fé é pura falsidade.

Cristo mesmo nos alertou a este respeito com perfeita objetividade em várias passagens do Evangelho, sendo uma das mais conhecidas a de Mateus 25, 34-46: Sete corporais e sete espirituais, conforme são corporais ou espirituais.

Quais são as obras de misericórdia corporais?

1ª Dar de comer a quem tem fome;

2ª Dar de beber a quem tem sede;

3ª Vestir os nus;

4ª Dar pousada aos peregrinos;

5ª Assistir aos enfermos;

6ª Visitar os presos;

7ª Enterrar os mortos.

Quais são as obras de misericórdia espirituais?

1ª Dar bom conselho;

2º Ensinar os ignorantes;

3ª Corrigir os que erram;

4ª Consolar os aflitos;

5ª Perdoar as injúrias;

6ª Sofrer com paciência as fraquezas do nosso próximo;

7ª Rogar a Deus por vivos e defuntos.