Evangelho (Marcos 9,2-10)
"Eis meu Filho muito amado, nele está meu bem-querer,
escutai-o, todos vós!" (Mt 17,5).
9 2 Jesus tomou consigo a Pedro, Tiago e João, e conduziu-os a sós a um alto monte. E
3 transfigurou-se diante deles. Suas vestes tornaram-se resplandecentes e de uma brancura tal, que nenhum lavadeiro sobre a terra as pode fazer assim tão brancas.
4 Apareceram-lhes Elias e Moisés, e falavam com Jesus.
5 Pedro tomou a palavra: “Mestre, é bom para nós estarmos aqui; faremos três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias”.
6 Com efeito, não sabia o que falava, porque estavam sobremaneira atemorizados.
7 Formou-se então uma nuvem que os encobriu com a sua sombra; e da nuvem veio uma voz: “Este é o meu Filho muito amado; ouvi-o”.
8 E olhando eles logo em derredor, já não viram ninguém, senão só a Jesus com eles.
9 Ao descerem do monte, proibiu-lhes Jesus que contassem a quem quer que fosse o que tinham visto, até que o Filho do homem houvesse ressurgido dos mortos.
10 E guardaram esta recomendação consigo, perguntando entre si o que significaria: “Ser ressuscitado dentre os mortos”.
A experiência da transfiguração começa pelo
coração bondoso
A transfiguração
revela-nos a identidade profunda de Jesus, com Deus.
A alvura das vestes de
Jesus indica a santidade que o envolve. A presença de Moisés e Elias significa
que o centro das Escrituras é Jesus, Moisés representa a Lei e Elias, os
Profetas. A densa nuvem reveste a transfiguração de Jesus de um caráter da
manifestação de Deus manifestando a divindade de Jesus, que veio do Pai, vivia
unido a ele e para o Pai haveria de voltar.
É, na verdade, uma
manifestação do céu na terra e daí entende-se por que os discípulos queriam permanecer
no monte da transfiguração de Jesus.
A transfiguração de Jesus
nos revela a distância que existe entre a glória à qual todos nós somos
destinados e a situação na qual vivemos no presente porque os nossos pecados
são o grande obstáculo para que a glória dos filhos de Deus se manifeste na sua
plenitude. Mas a misericórdia divina vem em nosso socorro de modo que, pela
graça, podemos vencer o pecado e nosso coração ser transfigurado aos poucos. A
pessoa que se deixa transfigurar o coração, é tomada de beleza interna. Um
coração bondoso dedica a vida aos outros e se torna veículo do amor de Deus
para com os outros. Se buscarmos esta transfiguração do coração estaremos preparados
para nos transfigurar após a nossa morte terrena e termos um corpo também transfigurado
na ressurreição, quando seremos resgatados com Cristo e viveremos com Ele para
sempre e assim seremos semelhantes a Deus, porque o veremos tal qual Ele é.
Baseado em Dom Valmor (Arcebispo de BH) e Pe. Jaldemir
Vitório (padre jesuíta doutor em exegese bíblica)
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