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domingo, 21 de janeiro de 2024

DEUS - PRINCÍPIO E FIM DE TUDO - Livro Capítulo III: O Caráter de Deus

 


Capítulo III

 

 

O Caráter de Deus

Deus princípio e fim de todas as coisas, pode ser conhecido, com certeza, pela luz natural da razão humana, a partir das coisas criadas. Mas o nosso conhecimento Dele a partir das coisas criadas será sempre imperfeito, porque as nossas percepções estão no plano do sensível, daquilo que podemos ver em nossa realidade humana. Mas mesmo assim Ele se mostra a quem deseja conhecê-Lo mais profundamente, porque amplia a sua capacidade de inteligência para o real, fazendo com que sua consciência seja iluminada. Assim Ele aproxima a nossa humanidade da divindade Dele.





caráter de Deus Ele o revelou a Moisés dizendo: “Eu Sou o que Sou”. Deus é a realidade total e plena, a essência no mais alto grau. Se coloco atributos para Deus logo estou limitando-o, ou seja, Ele deixa de ser Deus. Se afirmo que Ele é amor, Deus vai se resumir em apenas amor, porém Ele está acima do amor, ao contrário Deus é, o SER por excelência, que é, que foi, e será, sempre imutável, Deus é a plenitude do SER, a perfeição máxima e o bem absoluto



Deus, o Criador de tudo que existe, o universo em toda a sua dimensão, e tudo o que há nele. Não somente as galáxias e as formas de vida, mas também soluções para os problemas de hoje e sempre.

“… De onde me vem o socorro? O meu socorro vem do Senhor, que fez os céus e a terra.” (Salmos 121,1-2)



Deus tem a capacidade de trazer as coisas à existência a partir do nada, e pode ser conhecido por nós também por sua Palavra.

A Tua Palavra é lâmpada para os meus pés e, luz para os meus caminhos.

A revelação das tuas palavras esclarece e dá entendimento aos simples. Salmo 119, 105/130)



Deus nos conta sobre Si e nos convida a ter um relacionamento com Ele. Não somente podemos aprender sobre Ele, como podemos conhecê-lo, intimamente.

“Não se glorie o homem sábio em sua sabedoria nem o forte em sua força nem o rico em sua riqueza, mas quem se gloriar, glorie-se nisto: em compreender-me e conhecer-me, pois Eu sou o Senhor e ajo com lealdade, com justiça e com retidão sobre a terra, pois é dessas coisas que me agrado”, declara o Senhor. (Jeremias 9,23, 24).

 


Deus é acessível a todos. Não precisamos ter formação teológica, nem sermos corretos e santos para nos chegar a Ele. Ele é amável e receptivo em sua própria natureza.

O Senhor está perto de todos os que o invocam, de todos os que o invocam com sinceridade”. (Salmo 145,18).

 

Quando confiamos em Deus podemos estar certos de que Ele jamais erra e nunca nos deixará enfraquecidos ou nos enganará. Nele podemos confiar, plenamente. Ele fará o que é certo, em todas as circunstâncias e em todo tempo.

“Nenhum dos que esperam em vós ficará decepcionado…” (Salmos 24,3)

 

1.  Deus - Onipotente, Onisciente e Onipresente

  • Dá-Se sem reservas e continuamente a todos, mas para encontrá-Lo, não pode ter outros afetos, exige exclusividade.
  • Está em todo lugar ao mesmo tempo, mas não pode ser visto com os olhos do corpo.
  • Está em nós e conosco, quando acreditamos que estamos sós.
  • Nos escuta quando nem mesmo falamos e quando nos sentimos abandonados é Ele chamando.
  • Quando erramos chama-nos a nos reconciliar.
  • Dá poderes a quem é obediente pela fé.
  • Quem dá recebe na mesma medida.
  • Em Sua economia ganha mais quem dá mais.
  • Em Sua contabilidade o sofrimento não conta, o que conta é o amor. Por isso deu-Se e morreu a pior morte para salvar seus amados.
  • É pelo amor que devota à sua criatura, que a tornou semelhante a Ele. Como diz São João da Cruz: “é próprio do amor tornar aquele que ama semelhante ao amado.”
  • É despojado e generoso: Dá tudo à sua criatura, e em troca exige apenas fé obediente e docilidade, mas para o bem não Seu, mas do outro, porque não precisa, é ABSOLUTO, o TODO.
  • É inacessível, mas alcança a todos e está, quando deseja, na interioridade dos sentidos e na essência de tudo, embora não possa ser visto com os olhos dos sentidos pode intuí-Lo com os olhos da alma.
  • Comove-se com a dor do outro e se submete a martírio pelo outro.
  • Os humilhados e afastados coloca-os no centro (o caso evangélico do homem de mão seca).
  • Compadece-Se com a dor de uma mãe viúva que perde seu filho único e diz a ela: “Não chores”. Como pode pedir a uma mãe que “não chore a morte de um filho?” Ele pode, porque pode dar a vida e, assim o fez, ressuscitou o menino.
  • Não valoriza a grandeza das obras, mas o amor com que são feitas.
  • Inteligência infinitamente grande, tão grande que as grandes inteligências é nada perto Dele.
  • O impensável e inadequado para nós é o ajustado para Ele, é o Deus dos contrários:
    • A morte é vida eterna
    • O martírio na cruz é glória
    • Ser pequeno é ser grande
    • Ser pobre (de coração) é ser rico
    • Poder é obedecer
    • Liberdade é dependência (Dele)
    • É dono de tudo e não tem nada
    • É Rei, e absoluto dono de tudo, e exalta a pobreza. Escolheu nascer humano na pobreza absoluta sem teto, numa gruta e serviu-se de um cocho de alimento de animais como berço.
    • É Rei com poderes incalculáveis, mas Sua Majestade só a alcança os humildes.
    • Quem se une a Ele tem onipotência sem poder e riqueza sem bens materiais
    • Valoriza a humildade, exalta os humilhados e humilha os exaltados
    • Fala no silêncio
    • Vê o oculto
    • Transforma o mal em bem
    • Ilumina a escuridão dissipando as trevas
    • Ouve no silêncio, quando calamos e deixamos e o coração falar
    • Faz de simples pescadores incultos poderosos missionários
    • É invisível, mas está presente em todos os lugares
    • É Onipotente (pode absolutamente tudo),
    • Onisciente (sabe tudo) e
    • Onipresente (está presente em todos os lugares e em todas as partes). 

(Esses comentários foram inspirados nos santos, São João da Cruz, Santa Tereza D’Avila, São Pio de Pietrelcina. São Francisco de Assis e Santo Agostinho, além de minhas próprias convicções, baseadas no aprofundamento na Palavra de Deus).


2.  Deus é Essencialmente Bom

Deus

é essencialmente bom e tudo que Ele faz é bom. Todas as coisas que existem são boas, porque tudo ou é criação de Deus ou é permitido por Ele. Podemos afirmar então, que mesmo o mal é um bem, simplesmente porque no mal está a possibilidade de bem. Se não houvesse a possibilidade de transformar o mal em bem o mal deixaria de existir, porque todo o existir tem a origem em Deus que é bom. Como disse Santo Agostinho: “Deus Todo-Poderoso, por ser soberanamente bom, nunca deixaria qualquer mal existir nas suas obras se não fosse bastante poderoso e bom para fazer resultar o bem do próprio mal.”. 
Mas, como entender alguns termos que estão na Sua Palavra (a Bíblia), quando se refere a Deus como “irado”, “revoltado” aparentando violento, que castiga.  Antes de mais nada devemos entender, que as palavras contidas na Bíblia foram escritas por pessoas, que mesmo sendo reveladas por Deus tem nelas os conceitos da própria pessoa que escreveu o texto, bem como o contexto cultural em que foi escrita. Então, quando formos ler a Bíblia temos que levar isso em consideração para não, termos uma imagem errada de Deus.

O mal que acontece no mundo e nos atinge é fruto de escolhas humanas e a justiça de Deus é imutável. Se, faz-se o mal, colhe-se o mal, não por uma vontade de Deus, mas por uma questão de justiça com os bons. Por isso Jesus Se mostra tão compassivo e amoroso com os sofredores e injustiçados e até colocou como sendo feliz quem luta por justiça (Mateus, 5,6). Todo sofredor é fruto de uma injustiça. A injustiça de qualquer espécie e em qualquer nível gera sofredores entre os indefesos ou não. Porque ela pode também gerar doenças, gerar guerras, etc., que atingem a todos. E, assim, todos sofrem as consequências das escolhas injustas de uns. Daí precisarmos muito de rezar por aqueles imbuídos de cargos de liderança onde decidem pelo destino dos outros, desde os pais e mães de família, que respondem pelos filhos, até os líderes políticos, que respondem por uma nação inteira.

Até quando Deus faz valer a Sua justiça para reparar o mal que cometemos, Ele o faz para permitir o nosso crescimento como pessoa, e é sempre um chamado para o nosso aperfeiçoamento, sem o qual nunca estaremos diante dele e o que Ele deseja é a nossa salvação para, um dia estarmos face a face diante Dele e gozar da beleza de Sua presença.

 

“Não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, ele é longânimo para conosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento” (2Pedro 3.9).

  

“Terei eu prazer com a morte do malvado... Não desejo eu, antes, que ele mude de proceder e viva?” (Ezequiel 18,23)

 

Veio ao um mundo para salvar o que estava perdido:

“Que vos parece? Um homem possui cem ovelhas: uma delas se desgarra. Não deixa ele as noventa e nove na montanha, para ir buscar aquela que se desgarrou? E se a encontra, sente mais júbilo do que pelas noventa e nove que não se desgarraram.

Assim é a vontade de vosso Pai Celeste, que não se perca um só destes pequeninos”. (São Mateus  18, 12-14)

3.  Deus é Pai

Jesus

 nos disse e mostrou como Deus é. Que Deus é Pai, mas não um pai nos moldes humanos, é infinitamente “amor”, mas não da forma como os humanos entendem: um amor semelhantemente ao de um pai, mas um pai justo e perfeito, acima de tudo. Em algumas vezes o nosso senso de justiça imperfeita não consegue alcançar o senso de Deus que é em tudo perfeito. Para nos conformarmos (nos ajustarmos) a Deus-Pai e entender esse amor, primeiro temos que desejar isto no fundo do nosso coração. Porque os planos de amor de Deus se realizam em nós através da nossa vontade. A nossa vontade mostra a nossa liberdade diante de nossas escolhas e, também nossa motivação para as realizar. Somos completamente livres em nossas realizações. Somos nós que escolhemos amar a Deus e amar os outros. O amor é mais do que um desejo nosso de bem, uma boa vontade, é a realização desse bem. Então, quando fazemos o bem, com boa vontade e por escolha nossa estamos praticando o amor.

Jesus não só falou, mas nos mostrou que o “Amor a Deus” é o primeiro passo e o mais importante em nossa vida e depois o amor aos nossos semelhantes. Isto porque o amor a Deus é o que nos move até Ele. Esse mover até Deus o conhecemos com o nome de “FÉ”. Podemos dizer que “Fé em Deus” é o mesmo que “amor a Deus”. A Fé em Deus é tão importante que abre a nós todas as possibilidades de bem para nos realizar e ser felizes.

Deus é Pai e se relaciona conosco. Ele conhece cada um de nós íntima e pessoalmente, e gera a vida em nós, continuamente. O amor de Deus pelo homem é um amor que se comove pelo seu destino. Quanto mais nos rebelamos mais ele nos ama porque seu amor por nós O faz se comparecer pelo nosso nada (a nossa natureza rebelde e ofensiva, quando nos comportamos de forma agressiva com os outros, ou uma passividade excessiva que nos impede de lutar por sermos melhores e nos incapacita de libertar de nossos vícios, enfim, nossas fraquezas e maldades, Deus vê-nos como doentes, pessoas machucadas, que precisam ser curadas). Por isso que Jesus, quando criticado por se aproximar das pessoas que eram consideradas de má reputação e mau exemplo para a sociedade Ele dizia que “são os doentes que precisam de médico” (Mateus 9,12). E ainda: “Deus faz nascer o sol tanto sobre os maus quanto sobre os bons, e faz chover sobre justos e injustos” (Mateus 5,45). É claro que Deus abomina a maldade que nasce do interior da pessoa, como um ato de escolha própria, que leva a uns tramarem contra outros, porque representa o desamor, a decisão firme do mal. A esses Deus provará a Sua justiça. Porém em qualquer maldade está a presença do maligno contra quem só Deus tem poder, e devemos buscar ajuda Nele para nos libertar das prisões que o maligno quer nos submeter.

O olhar amoroso de Deus deve nos motivar a ver os outros também de forma amorosa, porque o nosso Deus é assim, ama-nos gratuitamente e individualmente a cada um de nós e age por puro amor, sem esperar qualquer retorno. Mas devemos entender que Deus é bom e justo e pune as más ações. Em relação à pessoa do homem Ele sempre está disposto a perdoar as suas faltas e conceder-lhe graças por amor a ele, mesmo que não faça por merecer, mas se arrependa de suas más ações. Pagar pelas más ações é necessário para possibilitar ao homem crescer como pessoa. Devemos, no entanto, salientar que Deus é fonte de bondade, mas o seu caráter é “perfeição”, e Jesus nos chama a viver a característica essencial do Deus que é amor, nos moldes Divinos, que é perfeito: “Sede perfeitos como vosso Pai é perfeito” (Mateus 5,48). Deus jamais se deixa condicionar pela maldade de quem está à sua frente, e não compactua com o mal em hipótese alguma.

A frase "Deus ama os pecadores, mas odeia o pecado" é uma frase muito falada, mas não está na Palavra de Deus, ela é fruto de uma reflexão teológica que deriva das atitudes de Cristo. A máxima expressão deste comportamento de Jesus é encontrada na sua paixão, quando Ele morre pelos injustos (veja 1Pedro 3,18: “Pois também Cristo morreu uma vez pelos nossos pecados - o Justo pelos injustos - para nos conduzir a Deus. Padeceu a morte em sua carne, mas foi vivificado quanto ao espírito”). Há muitos outros textos que sublinham o amor de Deus pelos pecadores, que Ele espera sempre que se convertam.

Poderíamos citar a Parábola do fariseu e do publicano: enquanto rezavam no templo, o primeiro se julgava justo e o segundo pecador; Jesus termina a parábola dizendo que o pecador foi para a sua casa justificado.(veja a parábola em Lucas 18,9-14: “Subiram dois homens ao templo para orar. Um era fariseu; o outro, publicano. O fariseu, em pé, orava no seu interior desta forma: Graças te dou, ó Deus, que não sou como os demais homens: ladrões, injustos e adúlteros; nem como o publicano que está ali. Jejuo duas vezes na semana e pago o dízimo de todos os meus lucros. O publicano, porém, mantendo-se à distância, não ousava sequer levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, tem piedade de mim, que sou pecador! Digo-vos: este voltou para casa justificado, e não o outro. Pois todo o que se exaltar será humilhado, e quem se humilhar será exaltado”).

Não podemos também esquecer de Lucas 15, com suas 3 parábolas sobre a misericórdia divina:

 A ovelha perdida (4-7): Quem de vós que, tendo cem ovelhas e perdendo uma delas, não deixa as noventa e nove no deserto e vai em busca da que se perdeu, até encontrá-la? E depois de encontrá-la, a põe nos ombros, cheio de júbilo, e, voltando para casa, reúne os amigos e vizinhos, dizendo-lhes: Regozijai-vos comigo, achei a minha ovelha que se havia perdido. Digo-vos que assim haverá maior júbilo no céu por um só pecador que fizer penitência do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento”);

A moeda preciosa perdida (8-10: “Ou qual é a mulher que, tendo dez preciosas moedas e perdendo uma, não acende a lâmpada, varre a casa e a busca diligentemente, até encontrá-la? E tendo-a encontrado, reúne as amigas e vizinhas, dizendo: comemorem comigo, achei a moeda que tinha perdido. Digo a vocês que haverá júbilo entre os anjos de Deus por um só pecador que se arrependa);

 O filho pródigo (11-32: Disse também: Um homem tinha dois filhos. O mais moço disse a seu pai: Meu pai, dá-me a parte da herança que me toca. O pai então repartiu entre eles os haveres. Poucos dias depois, ajuntando tudo o que lhe pertencia, partiu o filho mais moço para um país muito distante, e lá dissipou a sua fortuna, vivendo dissolutamente. Depois de ter esbanjado tudo, sobreveio àquela região uma grande fome e ele começou a passar penúria. Foi pôr-se ao serviço de um dos habitantes daquela região, que o mandou para os seus campos guardar os porcos. Desejava ele fartar-se das vagens que os porcos comiam, mas ninguém lhas dava. Entrou então em si e refletiu: Quantos empregados há na casa de meu pai que têm pão em abundância... e eu, aqui, estou a morrer de fome! Levantar-me-ei e irei a meu pai, e dir-lhe-ei: Meu pai, pequei contra o céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado teu filho. Trata-me como a um dos teus empregados. Levantou-se, pois, e foi ter com seu pai. Estava ainda longe, quando seu pai o viu e, movido de compaixão, correu-lhe ao encontro, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou. O filho lhe disse, então: Meu pai, pequei contra o céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado teu filho. Mas o pai falou aos servos: Trazei-me depressa a melhor veste e vesti-lha, e ponde-lhe um anel no dedo e calçado nos pés. Trazei também um novilho gordo e matai-o; comamos e façamos uma festa. Este meu filho estava morto, e reviveu; tinha se perdido, e foi achado. E começaram a festa. O filho mais velho estava no campo. Ao voltar e aproximar-se da casa, ouviu a música e as danças. Chamou um servo e perguntou-lhe o que havia. Ele lhe explicou: Voltou teu irmão. E teu pai mandou matar um novilho gordo, porque o reencontrou são e salvo. Encolerizou-se ele e não queria entrar, mas seu pai saiu e insistiu com ele. Ele, então, respondeu ao pai: Há tantos anos que te sirvo, sem jamais transgredir ordem alguma tua, e nunca me deste um cabrito para festejar com os meus amigos. E agora, que voltou este teu filho, que gastou os teus bens com as meretrizes, logo lhe mandaste matar um novilho gordo! Explicou-lhe o pai: Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. Convinha, porém, fazermos festa, pois este teu irmão estava morto, e reviveu; tinha se perdido, e foi achado”).

Através da Parábola do Filho Pródigo podemos conhecer como Deus é em relação às nossas escolhas. Mesmo respeitando nossas más escolhas Deus é justo e não deixa passarmos impunes e colheremos os frutos maus de nossas más escolhas. Porém também no ato de sofrer as consequências, se acentua ainda mais o Seu caráter de amor por sua criatura. Esta parábola mostra que o Pai anseia pela volta do filho e o espera sempre. Portanto o sofrimento que passamos faz parte de um aprendizado sempre visando o arrependimento e a mudança de atitude nossa diante dos nossos pecados. E quando o pecador arrependido se volta e reconhece o seu pecado o Pai o recebe de braços abertos e ainda faz uma festa para comemorar a sua volta. Isto acontece também com a Ovelha perdida, Ele sempre vai atrás de quem se perde para trazê-lo de volta.

Em todos esses exemplos transparece o amor de Deus por sua criatura e a alegria de Deus Pai quando um filho se arrepende: “Digo-vos que haverá júbilo entre os anjos de Deus por um só pecador que se arrependa.” (Lucas 15,10)

Do mesmo modo lembramos da atitude de Jesus em relação a Samaritana (João 4). Jesus não só vence o preconceito em relação à samaritana, como se revelou a ela e ficou entre os samaritanos por dois dias, os samaritanos que eram excluídos da sociedade judaica. Não só isto, Jesus mostrou que a vontade do Pai é soberana e que a obra do Pai, em qualquer situação é amar, incluir, compartilhar: (Meu alimento é fazer a vontade daquele que me enviou e cumprir a sua obra - João 4,34). Fazer a vontade do Pai é o segredo para se abastecer na fonte de água viva, porque Deus é fonte de água viva.

Jesus nos ensinou que o nosso relacionamento amoroso com Deus, se manifesta através da fé, que é a confiança pura Nele. Se tivermos fé somos capazes de conseguir tudo o que queremos, porque Deus nos permite as condições para isto. Contudo, há algo que precisamos estar cientes: Deus conhece os nossos desejos e o que precisamos, mais do que nós mesmos conhecemos, e sabe o que é melhor para nós. Por isso devemos pedir, mas ter paciência, porque Deus no momento certo, e de forma muito melhor que as nossas expectativas nos atende. Ele vai ao mais profundo de nós mesmos e é ai que nos atende, e às vezes leva tempo para percebermos.

Então, podemos entender que Deus é Pai amoroso que passa a mão na nossa cabeça entendendo que somos fracos e falhos e sempre nos perdoa de nossos pecados? SIM e NÃO. Deus é um Pai amoroso sim, mas justo e exige de nós uma atitude de arrependimento diante de nossos pecados, para, então estender as mãos e nos abraçar. Sem a nossa atitude em reconciliar, Deus sequer aceita nossos louvores e ofertas, veja Mateus 5, 23-24: “Se estás, portanto, para fazer a tua oferta diante do altar e te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa lá a tua oferta diante do altar e vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; só então vem fazer a tua oferta.” Os versículos seguintes, 25 e 26 nos indica a necessidade de reconciliação enquanto caminhamos aqui na terra, para não termos que cair nas mãos do Juiz, ou seja, não termos que sofrer a justiça de Deus. Mas mesmo assim nos mostra um sentido, embora doloroso, porém de esperança, dando a entender que há um lugar de reparação, e só seremos libertados depois de termos pagos por nossos maus atos praticados (isto está em conformidade com a misericórdia de Deus pelas almas do purgatório que a Igreja Católica nos ensina).

Há diversas citações em que Deus se apresenta como Aquele que ama a sua criatura e a disciplina para que se arrependa: Provérbios 3,11-12/Deuteronômio 8,5/Jó 5,17/Hebreus 12,4-11/Apocalipse 3,19. E ainda Jesus, no Evangelho de Mateus 12,36-37 diz: Eu vos digo: no dia do juízo os homens prestarão contas de toda palavra vã que tiverem proferido. É por tuas palavras que serás justificado ou condenado.

Vemos pessoas agindo como se Deus fosse distante e reclamam que são injustiçadas e que não fizeram para merecer o castigo, por causa dos sofrimentos que estão colhendo da vida. Porém, não é culpa de Deus. Há contaminações passadas que atravessam gerações e as gerações futuras sempre colhem o que os antepassados fizeram, não por vontade de Deus, mas por atitudes impensadas do próprio homem, que tem os seus reflexos. Deus, sendo um Pai amoroso, também sofre por isto e é possível que chore pelos inocentes, devido ao Seu grande amor de Pai. No entanto é preciso que aqueles que sofrem perdoem os seus antepassados para que sejam também perdoados de seus pecados. Assim eles poderão livrar-se de um peso que carregam e que, em algumas vezes, não é seu. O perdão produz em quem perdoa um grande alívio por que tem o poder de libertar a pessoa de dentro para fora, mas há de ser um perdão também de dentro, do fundo do coração, onde apesar de não esquecer, não produz na pessoa tristeza ao lembrar. Se ao lembrar ainda paira tristeza e mágoa é porque não perdoou, e para nos livrar de carregar o peso indesejável temos que nos livrar por completo. Somos nós que escolhemos como viver a vida, e em nossas escolhas Deus não interfere, mas respondemos por tudo o que fazemos: se fazemos o bem recebemos o bem, se o mal, recebemos o mal. Se sofremos provações oriundas do passado ou não, devemos aceitá-las e nos centrar em Deus, para que possamos colher a redenção em nós que nos transforma em pessoas melhores.

O caráter justo de Deus se faz presente nas provações, para que galguemos um degrau a mais em direção à perfeição. Precisamos disso, de nos aperfeiçoar, para estar junto Dele, que é perfeito. Para isso temos Jesus com os Seus ensinamentos e Seu exemplo para nos ajudar, Ele é o caminho que nos leva ao Pai.

 

4.  Deus é Mistério Invisível, mas Real

D

eus está muito além dos ritos e dos lugares. É invisível, não tem rosto. Em Êxodo 33, capítulo 11 diz: “O Senhor Deus falava com Moisés face a face, como alguém que conversa com um amigo...”, porém Moisés nunca viu o rosto de Deus. Numa conversa, quando Moisés, já cansado de guiar aquele povo teimoso (os israelitas), se negava a sair de onde estava, Deus pediu-lhe para que continuasse a guiá-los à terra prometida, depois de se desentenderem e entenderem, Moisés pede a Deus: “Por favor, deixa-me ver tua glória!” No que o Senhor respondeu: “Farei passar diante de ti toda a minha bondade... mas não poderás ver meu rosto porque nenhum mortal pode vê-lo e continuar vivendo” (Ex 22, 20).

Deus é um mistério e não podemos vê-Lo nem dominá-Lo intelectualmente, porque não se pode raciocinar Deus que é transcendente, e nós imanente.

Mesmo sendo Deus indescritível e oculto, e quase sempre ausência e silêncio, O podemos atingir e comovê-lo pela Fé profunda através da oração. A oração tem o poder de romper o silêncio e tornar presente o Oculto, o Ausente. A partir de Jesus, o “Deus Conosco” esta presença nos é familiar com A qual nos dialogamos e torna-se nosso companheiro ao destino eterno. Quando oramos, o nosso espírito se eleva e somos iluminados com Sua grandiosa presença. Nossa consciência precisa ser treinada, para que nossas ações sejam livres de falhas, e esse treinamento nós obtemos através da oração constante.

5.  Atributos de Deus


Poderíamos escrever livros e mais livros sobre o caráter de Deus e não chegaríamos nem de longe à totalidade deles. Mas mesmo assim ousamos escrever alguns dos seus atributos:

  • É único é o Ser que existe por sua própria essência (auto-existente), autossuficiente, imutável em Seus propósitos simplesmente porque os seus propósitos são perfeitos e eternos, dá a vida a todos continuamente;
  • É perfeito e bom em sua natureza que é eterna, infinita e ilimitada em tudo e nada Lhe escapa, conhece tudo porque tudo vê e conhece, sem o esforço do raciocínio. É lógico e coerente em tudo e não está limitado ao tempo e espaço e a nada..., é completamente independente, basta querer para fazer acontecer;
  • De inteligência perfeita e inalcançável, age em tudo com sabedoria na mais perfeita ordem;
  • É justo e Santo em todos os Seus atos que são perfeitos. Por isso, a Seu tempo, pune o mal e recompensa o bem;
  • Tem domínio sobre tudo e não está sujeito a influência de qualquer espécie: “Tua é, ó Senhor, a grandeza, e o poder, e a glória, e a vitória, e a majestade, porque teu é tudo quanto há no céu e na terra; teu é, ó Senhor, o reino, e tu te exaltaste como chefe sobre todos”. 1Cr 29.11
  • Deus é infinito, ilimitado, ilimitável:

“Acaso sou Deus apenas de perto, diz o Senhor, e não também de longe? Ocultar-se-ia alguém em esconderijos, de modo que eu não o veja? Diz o Senhor; porventura não encho eu os céus e a terra? Diz o Senhor” (Jr 23.23-24). 

“Para onde me ausentarei do teu Espírito? Para onde fugirei da tua face? Se subo aos céus, lá estás; se faço a minha cama no mais profundo abismo, lá estás também; se tomo as asas da alvorada e me detenho nos confins dos mares, ainda lá me haverá de guiar a tua mão, e a tua destra me susterá”. (Sl 139.7-10)


6.  Os Atributos de Deus Revelados

H

 á nas aparições de Jesus e Maria pelo mundo, ao longo da história, um caráter de infinito amor pelos viventes. Demonstra uma constante preocupação pelos rumos do mundo e a perda das almas. Temos conhecimento de um número grande de revelações particulares de Jesus e Maria pelo mundo, mas bem pouco divulgadas, porque a Igreja Católica, mesmo sendo comprovada a autenticidade e reconhecidas pela Igreja, elas não se constituem em revelações das Escrituras, apenas manifestações piedosas. Mas a verdade é que em todas elas há um apelo à conversão e uma preocupação com a salvação. Uma delas, à jovem Faustina, no Século passado, em diversas manifestações entre os anos de 1930 a 1934, Jesus revelou a Sua Divina Misericórdia e pediu para que fosse divulgada. Os diálogos dessa jovem com Jesus foram registrados em um livro na forma de diário. No Diário 180 diz que Deus permitiu e ela, Faustina conhecer alguns dos Seus atributos.

Escreve Irmã Faustina:

“O primeiro atributo que o Senhor me deu a conhecer foi a Sua santidade. Essa santidade é tão elevada que tremem diante d’Ele todas as potestades e virtudes. (...) A santidade de Deus derrama-se sobre a Sua Igreja e sobre toda a alma que nela vive, embora nem sempre com a mesma intensidade. Existem almas inteiramente divinizadas, enquanto há outras que apenas vivem.

O segundo atributo — o da Sua justiça. E esta é tão imensa e penetrante que atinge o fundo do ser e tudo diante d’Ele é manifesto em toda a nudez da verdade, e nada Lhe pode resistir.

O terceiro atributo é o Amor e a Misericórdia. E compreendi que o Amor e a Misericórdia é o maior atributo. É ele que une a criatura ao Criador. E reconhece-se este imenso amor e o abismo da misericórdia na Encarnação do Verbo, na Sua Redenção; e foi aqui que reconheci que este é o maior atributo em Deus”.

Esses atributos de Deus revelados à Irmã Faustina: Santidade, Justiça e Amor e Misericórdia, possuem uma amplitude de extensão infinita e assim, podemos entender o caráter de Deus como Infinito.

As aparições de Maria tem sido como uma Mãe amorosa, preocupada com o destino dos filhos que vem aconselhá-los, onde sempre é destacado a autoridade de Deus que em tudo toma a iniciativa, inclusive dos locais e horas de suas aparições, como também no chamado para o seu retorno.

Na verdade não há novas revelações além do que está revelado nas Sagradas Escrituras (Bíblia), mas deixa-nos explicito o caráter de Deus nestas aparições e estão em conformidade com a Bíblia. Há, porém um aspecto interessante é que estas revelações ocorrem entre cristãos católicos e há um respaldo à Igreja Católica, onde constantemente são lembradas as práticas católicas como a Eucaristia, na forma como a Igreja Católica ensina e realiza. Porém, é sempre realçada a necessidade de seguir os ensinamentos de Jesus, com a leitura e meditação dos Evangelhos. De fato se meditarmos os Evangelhos chegaremos ao conhecimento de Deus, pois todo o Seu Divino caráter foi-nos mostrado através de Jesus.


7.    O Caráter de Deus Impresso do Homem

V

ocê sabe o que Deus quer e o que Ele não quer que você faça. Pode ser que não conheça os Dez Mandamentos ou até mesmo, que nunca tenha lido a Bíblia. Mesmo assim você ainda sabe. Isto porque o Pai celestial as escreveu no coração humano.

A lei divina eterna é considerada "o plano da sabedoria divina, concebido desde toda a eternidade, para levar as criaturas ao seu Fim supremo". Encontra-se impressa na consciência de cada indivíduo, de tal forma que por mais rude que seja um homem, este sabe se os atos que pratica se são bons ou maus (GAMBRA, 1973).

 

A Constituição pastoral Gaudim et Spes reafirmou este ensinamento:

Na intimidade da consciência, o homem descobre uma lei. Ele não a dá a si mesmo. Mas a ela deve obedecer. Chamando-o sempre a amar e praticar o bem, evitar o mal, no momento oportuno a voz desta lei lhe faz ressoar nos ouvidos do coração: ‘faze isto, evita aquilo'. De fato, o homem tem uma lei escrita por Deus em seu coração. Obedecer a ela é a própria dignidade do homem, que será julgado de acordo com essa lei. A consciência é o núcleo secretíssimo e o sacrário do homem, onde ele está a sós com Deus e onde ressoa a voz de Deus (n. 16).

Para um não cristão pode ser definida como a ordem do cosmos. A Declaração sobre a Liberdade Religiosa, Dignitatis humanæ , do Concílio Vaticano II, assim a ela se refere:

... A norma suprema da vida humana é a própria lei divina, eterna, objetiva e universal, pela qual Deus ordena, dirige e governa todo o mundo e os caminhos da comunidade humana, segundo os desígnios da Sua Sabedoria e do Seu Amor (n.3).

http://www.gaudiumpress.org/content/38973-Os-mandamentos-impressos-no-coracao-do-Homem#ixzz2ypWBO8F

Estamos falando de uma Lei Imaterial, o caráter de Deus passado ao ser humano através da imagem e semelhança com o Criador que está impressa em sua alma. Mas o ser humano é, também matéria (corpo) e, como tal também tem em si leis que dá forma ao seu corpo, como um sistema complexo que gera-lhe a vida.

 

8.    A Vontade de Deus

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vontade de Deus é que aqui na terra seja como no céu: “Seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu.” As condições para que isto se torne realidade Deus já as criou e colocou no homem, como um código Divino, um código que determina a origem e destino da criatura humana, o Código da vida na terra interligada com a vida no céu.

Tudo que está na terra, absolutamente “tudo” está ligado ao “Todo” que é Deus, simplesmente pelo fato de que Deus é o criador de tudo.

Isto é importante o homem entender, para que ele não se envaideça quando tem uma grande, ou mesmo pequena ideia de criação. O ato de criar é uma inteligência liberada por Deus. O Espírito Santo, a centelha de Deus que está no homem é que revela e libera a criação ao homem. E não é apenas no caso da criação é em todas as esferas da vida humana e na própria ciência. As coisas, antes ocultas são gradualmente, desvendadas no tempo e na medida certa, na medida da necessidade e maturidade do homem, para que a realidade do Céu se realize na terra. Isto está completamente em sintonia com os dizeres de Jesus, quando estava se despedindo dos discípulos:

Muitas coisas ainda tenho a dizer-vos, mas não as podeis suportar agora. Quando vier o Paráclito, o Espírito da Verdade ensinar-vos-á toda a verdade, porque não falará por si mesmo, mas dirá o que ouvir, e anunciar-vos-á as coisas que virão. (João 16,12-13).

Deus criou o universo com leis que governam tudo que há nele. Elas são invioláveis e imutáveis. Quando Einstein derivou a fórmula E=MC2, ele liberou o mistério da energia nuclear. Junte os ingredientes corretos sob as condições corretas e um poder imenso é liberado. As Escrituras nos dizem que a lei moral de Deus não é menos válida, pois deriva do Seu caráter.

 

9.    A Realidade comunica a Presença de Deus

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eus se comunica conosco continuamente através de sinais que acontecem em nosso dia-a-dia. Os acontecimentos em nossa vida e na vida de qualquer pessoa servem como sinais que merecem de nossa parte uma atenção especial para perceber o que o Senhor nosso Deus está nos comunicando. Não é fácil e nem automático percebermos isso, temos que usar a inteligência, meditar sobre cada acontecimento presente e as coisas que acontecem após, para chegarmos a uma conclusão verdadeira.

Alguns filósofos considerados sábios afirmam que a verdade tem diversas faces, e cada um tem a sua verdade e que deve ser respeitada. Eu não penso assim. Pelo que tenho aprendido só existe uma verdade, o que é diferente são opiniões que se tem. Não importa que cada um tenha a sua opinião, num dado momento a verdade de manifesta e mesmo que não concordemos inicialmente, quando ela se manifesta temos de admitir porque a verdade é incontestável e não deixa qualquer dúvida, portanto não precisa provar. Mas é preciso uma humanidade atenta, capaz de usar a razão em toda a sua potência, para enxergar a verdade como Deus — o autor da verdade — a quer dar a conhecer. Não é preciso ser sábio, nem santo, mas tem que ser simples, porque como está no Evangelho é aos simples que Deus se revela. A pessoa cheia de si jamais pode conhecer e nem mesmo entender Deus, porque ela, geralmente, tem um conceito irreal de si próprio, um ego cheio. Para entender Deus não se pode achar-se sábio, devido a esse caráter bloqueá-la ao aprendizado. Ela não se colocará diante de Deus de forma aberta a conhecer, porque já se acha conhecedora, ela já tem um conceito antes mesmo de conhecer e, assim não se abre à novidade que Deus quer transmitir. Tudo que Deus nos transmite é novo, a cada revelação uma novidade se apresenta. Por isso só os simples, os humildes podem entender a novidade de Deus, porque os simples são como crianças, não possuem conceitos próprios e estão sempre dispostos a aprender. A humildade é um dom que devemos lutar para possuí-la, porque ela nos torna dóceis ao relacionamento com Deus.

Embora seja fácil intuir que a única verdade sobre tudo e sobre todos está em Deus, não é fácil percebê-la, porque somos tomados pela distração. Por isso é necessário uma atenção aos sinais. Os acontecimentos, todos os acontecimentos são sinais, sempre há algo a nos revelar e nem sempre conseguimos atingir, porque quase sempre nossas atenções estão voltadas para nós mesmos, nossos interesses. Temos que cuidar para não nos deixarmos envolver demasiadamente com as coisas do mundo e perdermos a conexão com a verdade de nós mesmos a qual exige silêncio para percebermos a presença de Deus a nos comunicar os Seus divinos dons para, não só entendermos os Seus sinais, mas também para a nossa edificação. Deus nos dá tudo o que precisamos para a nossa paz e felicidade, mas é preciso que façamos a nossa parte, que caminhemos em estado de graça, que nos convertamos. Os nossos desejos, todos eles, são atendidos por Deus, na medida do nosso merecimento, e estarmos preparados para recebê-los. Precisamos nos amadurecer na fé para estar preparados para viver na graça de Deus, entendendo e praticando a vontade de Deus. Porque Deus nos dá graças sem fim, mas exige de nós atitudes de sacrifício, que precisamos maturidade na fé para não fraquejar. O ser humano na nossa geração está muito acostumado às facilidades, e as facilidades não nos ajudam, ao contrário elas são um  entrave à nossa perfeição como pessoa.

10. A Natureza nos Revela Deus e o Seu jeito de Ser

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o observarmos a criação podemos perceber que a natureza, toda a natureza, está em constante atividade, não para nunca. A cada dia, cada hora algo novo acontece aos nossos olhos: um novo ser nasce, uma nova plantinha nasce, e vai crescendo e crescendo – pela manhã é uma sementinha, à tarde já começa a surgir um brotinho. Observe a plantinha: nasce, cresce seca, isto é morre, mas percebe a semente, que a gerou? É incrível como a sementinha precisa morrer dentro da terra para que nasça outra planta. E assim uma vida se vai e outra vida surge a partir daquela vida que se foi. Por isso não é difícil entendermos que conosco também essa dinâmica acontece, embora em nível diferente porque os humanos são feitos diferentes, feitos à imagem e semelhança de Deus e dotados de mente que pensa isto é inteligência, além dos sentidos de visão, audição, fala e, a capacidade de poder escolher livremente como viver a vida.

Está no caráter de Deus gerar a vida continuamente. Como supor numa vã imaginação, numa abstração estúpida, que Ele criou o homem assim, com características tão especiais para acabar em apenas pó da terra?

Mas como entendermos o humano renascer se ao sermos mortos, nos decompomos, e viramos pó?

A dinâmica da criação nos faz entender que existe algo mais em nós, não somos só corpo, somos também espírito e é o espírito em nós que renasce. Mas aqui paira uma dúvida: renasce onde se não o vemos?

Esta era a dúvida dos antigos, de antes de Cristo, e ainda é uma dúvida de muitos.

Quando morremos nos é tirado o sopro da vida e é aí que renascemos num corpo espiritual: “Assim será com a ressurreição dos mortos. O corpo que é semeado é perecível e ressuscita imperecível; é semeado um corpo natural e ressuscita um corpo espiritual. Se há corpo natural, há também corpo espiritual.” (1 Coríntios 15,42-44).

É o espírito que nos vivifica, nos liga com Deus, que é Espírito, Espírito Santo. É no espírito a nossa semelhança com Deus. Nos comunicamos com Deus através do espírito. Só podemos conhecer e nos comunicar com Deus espiritualmente e o verdadeiro louvor vem da ligação do espírito com o Espírito Santo (João 4,24): “Deus é espírito, e é necessário que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade”.

Quando o espírito está afastado do Espírito de Deus, pode receber influências malignas, porque afastado de Deus está sem a graça de Deus, desconectado com a fonte da vida que é Deus.

Mas temos a alma que é a essência de quem somos. A alma é o elo entre o corpo e o espírito. Na alma se recebe o Ruah (sopro da vida) que vem de Deus, que permite a vida em si. Mesmo sendo imaterial  a alma está ligada ao corpo, que é físico. “E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente”. (Gênesis 2,7).

Entende-se que a alma é a personalidade individual do “ser pessoa” (um animal não tem alma) e o espírito é a parte da pessoa que está ligada a Deus.

 

10. O Homem – Objeto da Afeição de Deus

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odas as coisas criadas por Deus tem como fim atender ao homem, mas não como objeto de posse. Deus fez o homem livre para que ele, voluntariamente escolhesse viver em harmonia com a criação e os seus semelhantes, onde todos formassem uma grande família cujo Pai é o Criador.

O sentido de posse foi criado pela ambição humana, mas a sua alma rejeita essa liberdade mal entendida, porque o sentimento de posse é o nada da alma! A posse das coisas representa o sentido de uma vida voltada para as coisas e não à pessoa. E é a pessoa o objeto da afeição de Deus, não as coisas. Ganhar o mundo é o “não” ao amor ao outro e o “sim” ao amor a si. Se quiser ser o dono de si, perde a vida e não há nada que dê mais sentido ao viver do que a própria vida – “De que adianta ganhar o mundo e perder a vida?” (Marcos 8,36/Mateus 16,26).

Isto pode ser percebido na falta de sentido, falta de paz, desarmonia consigo mesmo e com os outros, que experimentam as pessoas que buscam, acima de tudo, coisas como o dinheiro, o poder, o sucesso, a beleza. Pessoas obcecadas pelas coisas materiais, coisas do mundo, jamais se satisfarão, porque há dentro delas um imenso vazio de vida – “Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou odiará a um e amará o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro....”

Na Economia do Amor de Deus a qual faz parte do Reino de Deus, ganha mais quem dá mais. Portanto quem dá a vida pelos outros terá mais vida, isto é, vida que vale a pena, vida plena, feliz.

A propósito, justificando o uso da palavra ECONOMIA, esclareço o significado da palavra: vem do grego ΟΙΚΟΝΟΜΊΑ (oikos = casa, lugar ou ambiente onde se mora) + (nomos = costume ou lei, ou também gerir, administrar), ou seja: regras da casa, do lugar onde se vive. Podemos, então, dizer que a “ECONOMIA” DO REINO DE DEUS, é regida pela LEI DO “SERVIR”, e à medida que se dá, se tem mais – ESTA É A LEI DO AMOR QUE JESUS NOS ENSINOU.


12. Corpo Humano – Máquina Divina

A

pesar dos questionamentos e da busca da ciência sobre a origem da vida, não se conseguiu ainda ter uma resposta que explique a existência humana. Mas para quem tem fé em Deus não precisa de explicações, pois sabe, com certeza, que tudo originou de Deus o Supremo criador de tudo.

Qualquer pessoa atenta, mesmo sem conhecer as implicações científicas pode compreender que o nosso próprio corpo é algo de extraordinário. Há no corpo humano uma perfeita sintonia que faz com que cada órgão funcione, sem que para isso haja a interferência humana. O corpo humano é constituído por diversas partes que são inter-relacionadas, ou seja, umas dependem das outras. Cada sistema, cada órgão é responsável por uma ou mais atividades. Milhares de reações químicas acontecem a todo instante dentro do nosso corpo, seja para captar energia para a manutenção da vida, movimentar os músculos, recuperar-se de ferimentos e doenças ou se manter na temperatura adequada à vida. Nosso corpo é uma mistura de elementos químicos feita na medida certa. As partes do corpo humano funcionam de maneira integrada e em harmonia com as outras. Se estudarmos cada órgão ficaremos fascinados com suas funções e importância. Veja por exemplo, o Sistema Sensorial: localizado no sistema nervoso, onde se desenvolve os sentidos e acontece o processamento de informação, os estímulos, etc., nas partes do cérebro chamadas de neurônios. Todo este mecanismo complexo que gera vida incessantemente está muito além do alcance da inteligência humana por mais evoluída que possa existir. Mesmo um ateu é levado a admitir que há algo de divino pelo qual não se tem explicação com os sentidos comuns.

É a inteligência divina que permitiu criar leis que nos permite a vida, e mesmo contando com o homem e a mulher para que a vida ocorra, não depende deles dar a vida. Existe uma complexidade de mecanismos que ocorrem num corpo humano que faz com que haja uma interdependência entre os órgãos e faz com que tudo funcione de forma harmônica e flua a vida. Deus criou o corpo humano com tanto zelo, que colocou nesse corpo uma forma de preservá-lo a partir dele mesmo: o Sistema Imunológico.

O sistema imunológico humano consiste numa rede de células, tecidos e órgãos que atuam na defesa do organismo contra o ataque de invasores externos tais como microrganismos ou substâncias nocivas. Ele age como um verdadeiro exército em defesa do corpo. Defende o corpo contra agressores externos os mais diversos possíveis travando incríveis batalhas para proteger o corpo e impedir que ele sofra. Há uma admirável comunicação em todo o Sistema Imunológico para detectar a localização e o tipo de invasor e multiplicar-se quantas vezes necessário para combater o agressor e eliminá-lo.

Mas há um tipo de agressor que atinge deliberadamente e fatalmente esse maravilhoso e poderoso exército de defesa do corpo, atinge a sua espinha dorsal, causando-lhe dor e sofrimento intensos e ele perde a capacidade de cumprir a função a qual foi determinado. Este vil agressor é o que chamamos de sentimentos: maus sentimentos. Os maus sentimentos são tremendamente nocivos ao corpo humano. Não são nocivos só ao corpo, mas à vida em si. Eles corroem a mente humana penetram no âmago do ser humano, a sua alma, e compromete o sistema imunológico da pessoa.

Agora, meditemos um pouco sobre quantos transtornos nós, com os nossos sentimentos de ódio, rancor, mágoa, que nos levam a amargura, ressentimentos e vingança, enfim, falta de perdão e inveja causamos a nós mesmos, quando destruímos nossos maravilhosos defensores. O ser humano foi feito por Deus que é o próprio amor, para viver o amor, para amar e ser amado. O ser humano não foi feito para o desamor. Pode-se entender que o sistema imunológico é unicamente amoroso foi programado por Deus para defender-nos de agentes externos, mas não nos defender de nós mesmos. Os sentimentos maus são produzidos por nós mesmos e está em nós a forma de combatê-los, basta que usemos o livre arbítrio que Deus nos dotou para o bem. Se o usamos para o mal colheremos os frutos do mal.

Não é fácil nos libertar dos sentimentos maus, mas temos de lutar contra eles, porque nos fazem mal a nós mesmos. A mágoa, o rancor nos deixam triste e nos causa muito mal. Temos que aprender com Jesus a perdoar. Não é fácil perdoar e, muitas das vezes até falamos que perdoamos, mas aquilo fica na nossa mente como um martírio e sempre vem à tona.  São muitas as doenças que os sentimentos maus nos causam e todo o nosso corpo sofre e ainda fazemos os outros sofrer por nós. Assim, causamos sofrimentos às pessoas que mais amamos, as que estão mais próximas de nós. Humanamente, sabemos que não há ninguém capaz de suportar conviver com o sofrimento por muito tempo sem adoecer. Conviver com a dor pode afetar o sistema emocional e nos levar a somatizar doenças e manifestar sintomas físicos, sem doença orgânica. Há ainda, as doenças psicossomáticas de causa psicológica, como o stress emocional, que compromete o sistema imunológico protetor do nosso corpo. Quando o nosso sistema imunológico está em baixa somos acometidos por doenças a mais diversas.

 

13.Os maus sentimentos na origem das doenças do corpo

O

s maus sentimentos descaracterizam a alma do homem e o corpo sofre – a solução está no perdão. Jesus nos deu o exemplo perdoando seus assassinos. Não só os perdoou, mas rezou por eles:

“Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem (Lucas 23,34).

O valor do Perdão está no bem-estar interno que nos causa e no testemunho para os outros de que somos de Cristo. Além do mais Deus também nos perdoa na medida do nosso perdão àqueles que nos ofendem:

“Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, vosso Pai celeste também vos perdoará. Mas se não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai vos perdoará” (Mateus 6, 14-15).

No Pai-Nosso, oração que Jesus nos ensinou, nós nos comprometemos a perdoar. Se rezamos o Pai-Nosso e não perdoamos estamos sendo falsos, mentindo pra nós mesmos porque pra Deus ninguém mente, Ele sabe tudo:

 “... perdoa-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido” (Mateus 6.12).

A aplicação do amor em grau infinito – O Perdão sem limites. Essa foi a pergunta que Pedro fez a Jesus:

Senhor, quantas vezes devo perdoar a meu irmão quando ele pecar contra mim? Sete vezes? Respondeu-lhe Jesus: Não te digo que sete vezes, mas setenta vezes sete” (Mateus 1,.21-22).

A resposta do Senhor trouxe algo novo, demonstrando que já não estamos sob a Lei, estamos sobre a Graça de Deus.

A misericórdia é um caráter de Deus. Ser filho de Deus implica em agir como Deus. Se agir como filhos de Deus colhemos os frutos da misericórdia de Deus, se não agirmos receberemos na mesma medida, a negação, que pode ser a dor, o sofrimento, como um chamado de atenção para mudarmos a conduta:

“Sede misericordiosos, como também o vosso Pai é misericordioso. Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai, e sereis perdoados.” (Lucas 6,36-37).

O Apóstolo Paulo aconselha aos cristãos:

“Sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo vos perdoou (Efésios 4,32);

“Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha queixa contra outrem. Assim como o Senhor nos perdoou, assim também perdoai vós” (Colossenses 3,13).

O perdão a nós mesmos - Muitas vezes, antes de podermos perdoar os outros, devemos perdoar a nós mesmos. Habitualmente somos mais duros conosco do que com os outros. Devemos recordar que Cristo nos perdoou. Jesus nos ensina em Mateus 22,39 como está na Lei de Deus, Lv 19,18:

“Amarás ao teu próximo como a ti mesmo”. 

Precisamos sentir como Deus quer que sintamos – Ele nos ama e já nos perdoou. Ele tomou sobre Si todos os nossos pecados, nós já somos perdoados, basta que acolhamos, que O reconheçamos. Para que isso ocorra, devemos lembrar a posição em que Deus já nos colocou: 

“... nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus” (Efésios 2,6).

Precisamos nos ver como somos aos olhos de Deus e não segundo os nossos incorretos sentimentos. Em Cristo está a nossa vitória.

Sem a prática do perdão as daninhas ervas da amargura, do ódio e do ressentimento impedirão de que representemos ao mundo, integralmente, o caráter de Jesus o nosso Senhor e Salvador.


14. Deus Se dá a conhecer pela Fé

A

 fé é algo que não se pode provar, mas provoca em quem a tem, estímulos positivos que reanima a pessoa porque a coloca em estado de espera e a impulsiona a recomeçar sempre numa expectativa de bem em relação à vida.  Estudos recentes têm mostrado que as orações e bons sentimentos têm resposta imediata na medida em que ativa o fator imunológico da pessoa.

O escritor e cientista americano GREGG BRADEN reconhecido internacionalmente como um pioneiro na ponte ciência, espiritualidade, e o mundo real, argumenta que as emoções humanas afetam o DNA. Segundo ele, estímulos positivos como alegria, amor, gratidão produz relaxamento no DNA, os filamentos se esticam e tornam-se mais grossos fazendo com que voltem a se conectar. Afirma ele que a fé (a oração) produz efeitos físicos na pessoa. Gregg Braden fez uma experiência com pacientes portadores de HIV e notou-se que os estímulos positivos criam respostas de imunidade 300.000 vezes maiores que a que tiveram sem eles. Greg comprovou também que quando há uma maior mobilização de mais pessoas em prol de uma, como as correntes de oração, novenas, a resposta de cura acontece com mais frequência. Quanto a isto, podemos comprovar o que assistimos em nossos dias, os testemunhos de pessoas que são atendidas das mais diversas situações e das mais diversas formas como libertação de vícios, reatamento de relações, curas de doenças em estados terminais. Quem acompanha as novenas sabem do que estou falando. Deus se faz presente em quem sofre e busca ajuda com fé.

Gregg explica em seu livro O Efeito Isaías, que o tempo em que vivemos além do passado, presente e futuro é também profundidade, e que a profundidade representa o tempo que dedicamos à oração. A profundidade do tempo consiste em todas as linhas de tempo e de oração que foram pronunciadas ou meditadas. Todas as orações são atendidas no momento em que foram pronunciadas, mas só se concretizam se forem ativadas em profundidade, onde se envolva SENTIMENTOS. São os sentimentos envolvidos nas orações que ativam as respostas, mas entendemos que os sentimentos profundos sempre vêm acompanhados de comoção. A comoção provoca uma espécie de libertação, como se estivesse se livrando de um peso, porque ativa no orante a certeza de que está sendo ouvido por Deus.

Mas é a FÉ em profundidade, no profundo desejo de cura, “desejo de Deus”, um desejo que toma todos os espaços interiores da pessoa. O seu interior (a consciência) é inundado pela presença divina capaz da fazê-la sentir-se plena, amada, acariciada e curada. É assim, nesses momentos de elevação, que a fé comovida alcança o seu ápice e mobiliza Deus em favor da pessoa.

No Evangelho temos um exemplo de expressão de fé comovida: o episódio da mulher que havia 12 anos sofria de uma hemorragia, e já havia gastado todas as suas economias com tratamentos, sem obter sucesso. Quando ouviu falar de Jesus foi encontrá-lo. Em sua fé ela pensava, “se eu ao menos tocar na orla de sua veste, ficarei curada”. Assim, penetrou por entre a multidão e tocou na barra da capa de Jesus e ficou curada. Jesus percebeu algo, como uma energia saindo dele, que está narrado no diálogo a seguir, em Lucas 8,45-48:

 “Jesus perguntou: — Quem foi que me tocou?

Todos negaram. Então Pedro disse: — Mestre, todo o povo está rodeando o senhor e o está apertando.

Mas Jesus disse: — Alguém me tocou, pois eu senti que de mim saiu poder.

Então a mulher, vendo que não podia mais ficar escondida, veio, tremendo, e se atirou aos pés de Jesus. E, diante de todos, contou a Jesus por que tinha tocado nele e como havia sido curada na mesma hora. 

Aí Jesus disse: — Minha filha, você sarou porque teve fé! Vá em paz”.

Este episódio nos mostra que a cura de nossos males está na profundidade de nossa fé.  O Deus Supremo se deixa alcançar quando somos dominados completamente pela fé, não deixando espaço para qualquer dúvida em nós.

Percebe-se ainda, que a fé alimenta a esperança que protege a pessoa e não a deixa se abater pelas demoras de ser atendida. A esperança a mantém em expectativa e não permite que se desanime e desista de esperar.

 

15. Um Testemunho que Arrasta

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 cada dia ouço e vejo coisas que me deixam fascinada diante de tantas maravilhas de Deus.

Há uns dias atrás assisti pela TV o testemunho de uma pessoa, de nome Pierry, não guardei o sobrenome, me perece ser holandês.

Pierry  foi acometido por uma doença degenerativa que começou perdendo os movimentos do lado esquerdo, que ficaram como que adormecidos mas com dores terríveis. Procurou tratamento e constatou que esse mal é incurável e tende a piorar, e piorou. Sete anos depois de buscar tratamento, sem esperança foi peregrinar pelo Santuário de Lourdes, na França. Acompanhado por enfermeiros e um médico particular, amarrado em uma maca, pois não conseguia sentar-se. Ao passar pela entrada do Santuário sentiu algo quente, como uma energia lhe perpassando pelos membros inferiores e sentiu uma sensação de paz infinita. Sentiu vontade de sentar-se o que os enfermeiros e médico que o acompanharam tentaram impedir, mas ele insistiu, sentou-se e foi colocado numa cadeira de rodas. Numa cadeira de rodas saiu do Santuário já experimentando o resultado do milagre. Naquela noite no hotel no silêncio sentiu uma voz a lhe comandar: “levante-se e ande”. Ele chamou a enfermeira que lhe acompanhava à noite e ela, prontamente atendeu-lhe. Então ele pediu para que ela o ajudasse porque ele queria andar. Ela deu-lhe a mão e ele deu os primeiros passos, depois de sete anos, como se fosse uma criança aprendendo a andar.

Na semana seguinte foi ao seu médico e sentou-se na sala de espera. Quando o médico o viu sentiu-se atordoado, meio tonto, com o que estava vendo, e precisou ser ajudado para não cair, pois jamais pensou vê-lo daquele jeito, sentado e caminhando com as próprias pernas. O médico que era ateu teve de admitir que a cura do seu paciente era algo incomum, impossível ao alcance de seu entendimento. Assim concluiu que era um poder acima da ciência que havia ocorrido para permitir tal cura. Diante disso converteu-se.

 

16. As Descobertas Científicas São Guiadas por     Deus



Podemos observar os avanços da ciência, as descobertas ou revelações que ocorrem não são ocasionais, são determinadas antes, e acontecem em ciclos evolutivos e estão interligadas. Não sabemos como isso ocorre, mas é fato que quando se descobre algo, se percebe que foi como tornar patente, ou manifestar algo que já existia, estava aí, mas ainda não tinha sido descoberto. É um caráter que nos leva a crer numa dependência de algo que está por trás e que conduz tudo, por um código que está presente em toda a criação. Não há como negar a presença de um poderoso Deus por trás de tudo. Mas podemos imaginar que estamos ligados a Ele por um código, como um código genético espiritual, que determina a nossa busca por algo maior que nós, como um apelo dos nossos sentidos para nos levar a Ele, o nosso Criador.

A ciência já tem provas de que existe uma lei única determinante nos sistemas siderais (universo astral) e nos sistemas atômicos, pelas características de semelhanças que existem entre esses sistemas. Todo o Universo é dividido em partes que se interligam e formam uma única parte, havendo uma harmoniosa ressonância mútua entre corpos.

Isto podemos constatar também no corpo humano. O nosso corpo é formado por milhares de células derivadas de uma única célula, que se divide em milhares de outras células.

Todos nós já fomos uma célula única, resultante da fusão de um óvulo e um espermatozoide. Esta primeira célula já tem no seu núcleo o DNA com toda a informação genética para gerar um novo ser.

Em cada célula do nosso corpo tem codificado todas as informações para reproduzir a totalidade do corpo. E cada célula do corpo tem uma função específica. Mas todas desempenham uma atividade "comunitária", trabalhando de maneira integrada com as demais células do corpo. É como se o nosso organismo fosse uma imensa sociedade de células, que cooperam umas com as outras, dividindo o trabalho entre si. Juntas, elas garantem a execução das inúmeras tarefas responsáveis pela manutenção da vida.



Fonte: http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Corpo/Celula. php

Recentemente têm acontecido avanços fantásticos na Biotecnologia, fartamente divulgado em nosso meio, como a clonagem e as células-tronco, principalmente para fins terapêuticos.

Pesquisas recentes mostraram que células-tronco retiradas da medula de indivíduos com problemas cardíacos foram capazes de reconstituir o músculo do seu coração, o que abre perspectivas fantásticas de tratamento para pessoas com problemas cardíacos.

É curioso observar que o “pai” da Genética, o monge agostiniano austríaco, Gregor Mendel fez as primeiras descobertas sobre a genética por volta de 1860 e só em 1900 foram redescobertas, por três pesquisadores que trabalhavam independentemente, mas só atualmente os estudos nessa área estão tendo respostas e se tornando conhecidos do grande público.

Esses estudos provam que há um ciclo evolutivo interagindo e que está interligado. Nem tudo ainda do domínio humano, mas aos poucos vai sendo revelado para que o homem chegue à verdade e se liberte de ideias próprias como se fosse ele o criador destas descobertas: “Porque não há coisa oculta que não acabe por se manifestar, nem secreta que não venha a ser descoberta (Lucas 8,17).

Assim, concluímos que toda a história do homem, bem como os avanços e alcances da ciência são a presença de Deus, manifestando no interior do homem, através do Paráclito que Jesus falou. E o sentido de tudo isto está completamente, em sintonia com a missão de Jesus, com o Reino de Deus que Ele anunciou e a imortalidade do homem Ele a constrói paulatinamente, a partir de Deus e com a ajuda de Cristo, que a comunica ao homem continuamente, bastando para isto, que o homem se abra e permita que o Espírito de Deus se manifeste através dele. Portanto o homem já tem dentro dele as condições, estão ainda ocultas, mas virão à tona na medida da abertura dele a Deus, que a revelará no tempo e na medida certa.


Por isto é, extremamente importante, que nos convertamos continuamente a Deus, que busquemos o caminho da perfeição. Deus aguarda o nosso consentimento para interferir em nosso intelecto, nos enviando intuições para ajudar em nossa perfeição. E o primeiro passo é o nosso desejo de conversão, reconhecer que estamos indo por um caminho errado e mudarmos a direção no desejo de nos aperfeiçoar mais.

Há uma revelação de Deus no Apocalipse, que quer nos comunicar que Deus aguarda a solicitação do homem, para então, saciá-lo em sua sede, ali referida como a sede espiritual, que é chamada de sede de água viva:

“Eu sou o Alfa e Ômega, o Princípio e Fim; e a quem tem sede eu darei gratuitamente da fonte da água viva” (Ap 21,6).

Sim, Deus aguarda a nossa Fé amadurecer para estarmos no ponto certo de receber Dele todas as graças para distribuí-las no nosso meio, com os nossos semelhantes que necessitem: os seus filhos amados. Não era isto que acontecia com Jesus quando aqui esteve? Quando subia ao monte para rezar ao Pai vinha de lá com toda a potência, jorrando graças como uma fonte de água viva, e agraciava a todos que encontrava com seus milagres.


CONCLUSÃO


Deus é impossível de ser definido concretamente, e medido por medidas humanas, porque os humanos em sua imperfeição não conseguem alcançar a Sua plenitude para entendê-Lo completamente. No entanto, é de uma simplicidade que confunde os sábios do mundo. Por isso, para entendê-Lo precisamos ser simples, dependentes e obedientes como criança que depende dos pais em tudo e por isso obedece. No ato de obedecer a Deus encerra a confiança e o amor a Ele, e é aí que se dá a correspondência, se percebe os Seus sinais em tudo e se vai vivendo a vida sob o Seu comando. O Seu Divino Espírito se presencia em cada ação da pessoa de boa vontade, que corresponde aos Seus sinais, lhe proporcionando uma qualidade de vida insuperável. Mesmo nos momentos de dificuldade e escuridão há a certeza de que também esses momentos transitórios são sinais que devem ser observados. Por isso a vida se torna de uma densidade e valor sem conta.

A nossa percepção das coisas eternas é imperfeita e o SER o qual comanda tudo é inacessível e assim, a imagem que fazemos Dele é incompleta, não se esgota. Sabemos que Ele é o Todo Poderoso, mas o todo poderoso à nossa imagem, à imagem que temos de poder. Eu penso em sua excelência e majestade que Se digna a distribuí-la aos humildes sem cultura e sem escola. Contudo, aos que se dizem sábios, e Lhe fazem objeção buscando a sabedoria por outros caminhos que não sejam os Seus, o caminho da humildade, o Senhor a eles resiste fazendo-os se contradizerem obrigando-os a rever os seus conceitos de sabedoria e conhecimento das coisas. Essas coisas Maria as destacou em seu Magnificat.

A uma pessoa cheia de si não é possível conceber e atribuir poder à figura de um Ser sendo martirizado, sofrendo dores atrozes e pregado numa cruz e esse ser o Filho de Deus, com poderes do próprio Deus.  Não é de se admirar que os racionalistas extremistas não conseguissem vê-Lo como Deus. Afinal eles estão acostumados a se encherem de si e usurpar poderes, atribuindo-lhes poderes que são de Deus.


Deus é Mistério, Espírito, não podemos tocá-lo com os sentidos físicos. É princípio e fim de tudo, Verdade pura e clara, absoluta. Quando se manifesta tudo é iluminado, porque ilumina as consciências ampliando-as; é na nossa consciência, na nossa alma, que reside o Seu Espírito Santificador, onde está a semelhança Dele conosco e permite-nos ser iluminados pela única verdade que é Ele.

É incansável, como disse Jesus, em João 5,17: ”Meu Pai trabalha até hoje... e Eu também!”, isto é, trabalha sempre. Jamais cansa ou descansa, está em constante movimento como uma fonte de onde jorra incessantemente a vida. E é dessa vida que precisamos, para sermos parecidos com Ele, e a Sua semelhança se tornar real em nossa vida.

Enfim, está aí à disposição de todos a Palavra de Deus, que é o próprio Deus falando, mesmo que através de pessoas como nós. Na Palavra Sagrada Deus se mostra, transforma e renova vidas, remodela-as para que resplandeça a Sua imagem e semelhança na pessoa. Mas para isso é preciso que se tenha a coragem de torná-la viva na própria vida, porque a Sagrada Palavra é Ele mesmo falando.

 

Poema Pra Meu Deus

Tu és espírito, e não posso definir-Te a partir de mim, porque o meu conhecimento se limita no humano. Então vou tentar fazê-lo a partir de Ti mesmo, porém sei que isto não é possível, porque

Tu és para mim a imagem que eu faço de Ti, nos meus delírios de amor por Ti. E esta imagem é a minha expectativa, é tudo que eu desejo e consigo alcançar, mas mesmo assim não Te define como mereces.

Tu és Onipotente, Onisciente e Onipresente. Mas o que é? O que representa essas três palavras? Posso imaginá-las como plenitude. Mas o que é a plenitude? Nem que eu ficasse uma vida inteira contando os seus feitos não conseguiria alcançar, porque a Tua plenitude não se esgota. Então tento entender-Te como “O TODO”. És Mistério, és Infinito, afinal, não posso mesmo Te alcançar! Estás muito além do que a minha medíocre inteligência pode perceber, porque a minha inteligência em vista da Tua... Não posso me atrever a compará-la. Sou como um grãozinho, o menor deles, o pó, pó da estrada que fica à margem, e quando chove vira lama. Contudo, posso senti-Lo através da minha alma sedenta de Ti. Tão sedenta que não me deixa dormir de tanto pensar, pensar e pensar em Teus desígnios.

Atrevo-me a sonhar em ser uma abelhinha, ousada abelhinha tentando sugar em Tua Palavra a Tua sombra, que alimentou Teus santos, os santos que Tu fizeste na terra. Sim, através deles, dos Teus santos e santas posso absorver um pouco do Teu néctar, o néctar da Tua docilidade. E mesmo assim não consigo alcançar porque quando estou me aproximando, tropeço e caio desordenada, e sem jeito, me violento e machuco os que estão ao meu redor. Aí, em vez de me reprimires como normalmente nós humanos fazemos, me acolhes e me dás um novo sopro e eu me reergo e minha alma volta a respirar e tento continuar de onde parei. É verdade que em cada queda acontece um retrocesso que pode me desanimar por ter que repetir a caminhada, quando o que eu quero é conhecer os atalhos para facilitar o processo. E quantas vezes fico a ponto de desanimar, por me sentir ressequir os sentidos, pela ansiedade de logo recuperar o que perdi.  E, na impaciência os sentidos se atrapalham tropeço de novo, cambaleio, tendendo de novo a cair. Mas aí Tu vens e me dás novo sopro, em algumas vezes me dá um frouxo beliscão, um afago na orelha, que me anima e me faz renascer menos EU e mais TU.

E assim vou caminhando lentamente, ora caindo, ora levantando por Tua graça. Ora sonhando e tentando, quem sabe um dia, poder repousar em Tua eternidade.

 

(Geovani, Petrópolis, 2014)

 



 

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